quarta-feira, 11 de agosto de 2010


Não há nada como fechar os olhos e respirar (bem) fundo.
Por momentos distancio-me do quarto de janelas amarelas donde se avista a imensidão azul do mar.
Navego agora num outro mar: o mar das lembranças já mais que conhecido e no qual nenhuma rota pode estar sequer perto de ser nova. Sinto-te o cheiro e ouço-te os passos ainda que de teu já nada por aqui exista. Arrumo as gavetas do armário onde antes guardavas as tuas coisas às quais chamavas, incontáveis vezes, nossas. Encontro a última foto que tiramos juntos e observo-te atentamente o sorriso e questiono-lhe a autenticidade.
Não deixa de ser engraçado isto de batermos com a porta e "apanharmos o último comboio no derradeiro momento", sairmos sem nada questionarmos por sabermos que as palavras já esgotadas estão. Ir porque, simplesmente, a caixa que dizem que temos no peito para guardar a tristeza se encheu de tal forma que não conseguimos respirar, falar e mais importante que isso...não conseguimos sorrir.
É então que o tempo dá de si: um dia acordamos e o sol está mais quente que o normal.
Porquê? Na noite anterior, quando tirei do peito a caixa da tristeza, esqueci-me dela ao lado da janela. Depois?Bem, o vento virou-a e da tristeza apenas tinha sobrado a lembrança.

3 comentários:

  1. :) é próprio do ser humano esquecer as coisas que lhe fazem mal e guardar o que de bom existiu nas suas vidas!

    A lembrança é importante e ainda bem que ficou... significa que a nossa história não se perdeu!

    ...tudo passa! Beijinho * gostei, muito pessoal mas gostei

    ResponderEliminar

Fala-me do que sentes (L):