quarta-feira, 29 de setembro de 2010




Olho o relógio que há muito não me marca o tempo. São duas da manhã quando ouço a porta abrir-se. Levanto ligeiramente as pálpebras e ainda tomada pelo sono, vejo o contorno do teu corpo desenhar-se no chão do quarto. Desapertas a camisa depois da gravata já te ter abandonado o pescoço onde se nota ainda a marca que há uns dias te leguei. Inclinas-te agora sobre a cama e sinto-te a respiração quente. Pousas a mão sobre a minha barriga. Abro os olhos e digo-te que demoras-te muito. Ris-te, exibindo aquele sorriso de criança que hás-de ter sempre e explicas-me, com toda a doçura, que o trabalho te rouba o tempo e a luz dos dias. Sento-me na cama e tu fazes o mesmo. Enlaçamos as mãos: a tua bem maior que a minha. Ficamos assim um instante e no que se lhe segue já as tuas mãos aproximam o meu corpo do teu. Beijas-me o pescoço e a sensação de arrepio apodera-se de tudo o que em mim existe agora (ou existiu). Afasto os nossos corpos por um breve instante: quero olhar-te nos olhos e tu sabes disso. O teu corpo também e por isso as tuas mãos não oferecem qualquer resistência ao meu afastamento. Não pestanejamos sequer. Cessa este momento e sinto, por fim, o toque dos teus lábios. Beijas-me ao de leve, repetindo-se um incontável número de vezes o mesmo gesto que vai perdendo toda a leveza inicial. Combinam-se os corpos, os cheiros, as vozes, não se combinando o sentimento que é apenas um. Levanto novamente as pálpebras e sinto a luz que anuncia um novo dia a banhar-me o rosto. Estás deitado ao meu lado. Beijo-te a face e acordas. Beijas-me tu agora. Levantamo-nos os dois. Tenho a tua t-shirt vestida e não podia ser de outra maneira.

sábado, 25 de setembro de 2010

Estou de volta minha gente :D

quinta-feira, 16 de setembro de 2010


O aguarela de palavras vai tirar férias por tempo indefinido.
O coração não me cabe no peito e não é por bons motivos.
Termina com o blog esta (nossa) história que teve um fim mesmo antes de começar.

Até um dia**

Começo esta carta de mãos vazias. O coração está de tal maneira alterado que não me cabe no peito. Lembro-me da conversa de hoje à tarde e não me revejo no que disse nem no que ouvi.
Sabes uma coisa? Antes de gostar de ti como uma mulher gosta de um homem eu tenho, bem antes disso, carinho por ti. Antes de pensar em dar-te um beijo penso em dar-te a mão nos momentos de crise e em abarcar-te o corpo com os braços quando este te parecer demasiado cansado das lutas que o fio condutor da vida acaba por te trazer.
Não imaginas como é boa a sensação de te ter a ouvir-me quando te digo "estou assim assim" e do outro lado recebo os teus conselhos, a tua PRESENÇA.
Nos últimos dias conjuguei contigo verbos como errar, estragar, apagar e esqueci-me que antes de todos estes, estava o gostar. Afinal já diz a música:" quando a gente gosta é claro que a gente cuida".
E talvez eu não esteja a tratar-te da forma mais correcta ou nem tão pouco tenha entendido qual é a correcta. Aborreci-te, ocupei-te o tempo e a cabeça e ouvi o que não queria depois de ter dito o que não devia. Nestas andanças mais não me senti que infeliz, triste e desiludida com o que te mostrei de mim. Por estranho que te pareça não sou assim. Ando quase sempre a rir e a fazer piadas com tudo (até coisas que não lembram a ninguém) e raramente me chateio com alguém porque para mim os amigos são das coisas mais importantes que tenho na vida. Sou uma pessoa de pessoas e isso diz quase tudo.
Visto que a carta já vai longa vou-te repetir o que já sabes: és importante para mim e faz toda a diferença estares ou não estares.


E agora no fim, mesmo no finzinho peço-te desculpa pelas vezes em que enfim..tu sabes: fui parva.

Podes dar-me uma oportunidade de te mostrar que sou diferente?

Com um grande beijinho.
Ana Marta.





-Dói-me tudo.
-Tudo o quê?
-Aqui no peito, do lado esquerdo.
-Então se é no lado esquerdo, não é tudo.
-É tudo o que tenho agora. Entendes?




Que o facto de não falares comigo te esteja a fazer extraordinariamente feliz.
É que caso contrário, não vale a pena.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010


Quero que me dês atenção mas sem ter que ser eu a pedi-la.




E queria ter coragem para te deixar ainda que de meu nada tenhas.

Queria dar-te um destes...
E tenho dito.

domingo, 5 de setembro de 2010


De todo o coração:


Quando penso em ti sinto uma vontade enorme de te abraçar. Sabes aqueles abraços em que também abraçamos a alma?Pronto, era um desses que eu te queria dar. Depois? Bem, depois queria encostar a cabeça ao teu peito, dar-te a mão e ficar ali, embalada com a música criada pelos nossos corações que nesta altura não seriam mais que um só.



São sonhos a mais.
E tu não gostas de mim.